"É tão difícil as pessoas razoáveis se tornarem poetas, quanto os poetas se tornarem razoáveis."

(Pablo Neruda)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES DA PRIMEIRA AULA DO RPH


Fala galera! Conforme combinado, seguem os comentários das questões da primeira aula do RPH de Geografia.

QUESTÃO 01

a) No período mencionado, a população urbana do País aumentou, suplantando a população rural em 1970 e continuando a crescer até os dias de hoje.

b) Alteração das formações urbanas, com o crescimento do proletariado e, em menor escala, da classe média. Paralelamente, ocorreu o inchaço das cidades, com a marginalização de amplas parcelas da população, em consequência da falta de infraestrutura, da favelização e do aumento da violência em suas diversas formas.


QUESTÃO 03

a) Em 2005, a matriz de transportes observada no gráfico e pertinente ao Brasil é a rodoviária. Trata-se de uma opção priorizada a partir da década de 1950, tendo como objetivo principal desenvolver a indústria automobilística no Brasil e avançar no processo de industrialização, porém em detrimento de outras modalidades, a exemplo das ferrovias, que se desenvolveram em função inicialmente da cafeicultura e posteriormente da mineração.

O período entre as décadas de 1950 e 1970 foi marcado pela expansão de transnacionais, sobretudo do setor automobilístico, em direção aos países em desenvolvimento, como Brasil, Índia, México, Argentina e África do Sul, entre outros, que possuíam mercado consumidor em expansão, mão de obra qualificada barata e abundante, disponibilidade de matéria-prima e políticas públicas atrativas ao capital externo. Tais políticas públicas foram implementadas mediante o Plano de Metas do Governo JK, que enfatizava a necessidade de desenvolver os setores de transportes, energia e indústria de base, além do setor educacional, com ênfase na profissionalização e consequente geração de empregos.

Posteriormente, os governos militares (1964-1982) reproduziram o modelo desenvolvimentista, tendo como centro dinâmico da economia o setor automobilístico, mediante a implantação do PIN – Plano de Integração Nacional, priorizando o setor rodoviário com o objetivo de integrar as regiões brasileiras e os locais distantes à economia nacional.

b) A previsão da matriz brasileira de transportes para 2025 demonstra uma redução significativa da participação do sistema rodoviário em face do aumento percentual de outras modalidades, como o ferroviário, dutoviário, aquaviário e aeroviário. Essa alteração resulta da redução de custos de transportes, já que as referidas modalidades, exceto a aeroviária, possuem maior eficiência energética combinada com vantagens em deslocamentos de maior distância e peso total de carga. Tais previsões estão insertas numa política de preservação ambiental, com respeito às áreas de restrição e controle de uso do solo, menor emissão de elementos poluentes, atendendo às exigências da legislação ambiental nacional e aos compromissos externos assumidos.

 
QUESTÃO 05

a) Em geral, no Nordeste, concentra-se a indústria de bens de consumo não duráveis, como, por exemplo, calçados, tecidos e, principalmente, a indústria alimentícia, além da indústria de construção civil. Esse ramo industrial possui uma estrutura de funcionamento que emprega elevado contingente de mão de obra, em função de sua tecnologia mais simples, o que vem ao encontro das necessidades de geração de emprego numa região carente.

b) O parque industrial do Sudeste é muito maior, tanto em termos de número de estabelecimentos, quando em diversificação de setores, contando com indústrias que variam das mais simples às mais complexas, das mais leves às mais pesadas.

Isso ocorreu em função da maior concentração histórica de capital, que gerou diferentes necessidades de consumo e aumentou a diversificação. Além disso, em função de seu maior requinte tecnológico, essa indústria procurava ficar próxima a centros formadores de mão de obra especializada, que surgem em grande quantidade no Sudeste, representados pela presença de centros de estudo e pesquisa, como universidades e tecnopolos, dinamizando diversos setores. É claro que o maior número de trabalhadores empregados na indústria (como se entrevê pelo mapa) se deve , em parte, pelo fato de haver maior número de estabelecimentos, já que esses tipos de indústria nem sempre são as maiores geradoras de emprego, pois muitas delas utilizam elevado grau de automação na produção.

 
QUESTÃO 17

As charges retratam o processo de favelização típica dos grandes centros urbano-industriais do Brasil, sobretudo do Rio de Janeiro, onde as encostas de morros voltadas para o litoral possibilitam grande visibilidade deste fenômeno que contrasta com a beleza cênica de sua paisagem, na qual também se destaca o monumento do Cristo Redentor.

Entre as principais causas do processo de favelização, pode-se citar:

*A macrocefalia urbana provocada pelo crescimento caótico das cidades, fato típico dos países em desenvolvimento;

*Insuficiência dos investimentos públicos em infraestruturas que sejam capazes de suportar a demanda por serviços públicos voltados para saúde, educação, transporte e habitação;

*Manutenção de uma estrutura social de grande disparidade socioeconômica, uma vez que há forte concentração da renda nas mãos de uma minoria;

*Forte especulação imobiliária, pressionando a valorização de imóveis para venda ou aluguel, e empurrando a população de baixa renda para as áreas de risco, como as encostas de morros e várzeas sujeitas às inundações;

*Aumento do desemprego estrutural, levando grande parte da população de baixa renda para o subemprego e para a economia informal.


QUESTÃO 20

a) As consequências da desconcentração industrial para o estado de São Paulo foram a diminuição de sua participação no valor da produção industrial nacional, a migração da PEA (População Economicamente Ativa) do Setor Secundário para o Setor Terciário (terceirização da economia), devido à queda do número de indústrias no estado e a descentralização de indústrias dentro do estado, com a migração de indústrias rumo ao interior do estado.

b) Os estados que se beneficiaram com o processo de desconcentração industrial foram os estados no Nordeste, dentre eles, especialmente a Bahia e o Ceará, o estado de Minas Gerais, no Sudeste e os estados da Região Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina).

Esse processo gerou a chamada “guerra dos lugares”, ou “guerra dos governadores” que disputaram as empresas com incentivos fiscais e não fiscais, tais como doação de terrenos, isenção de impostos, infraestrutura gratuita e mão de obra barata e mais escolarizada devido à melhoria do ensino e dos cursos técnicos e profissionalizantes.

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