"É tão difícil as pessoas razoáveis se tornarem poetas, quanto os poetas se tornarem razoáveis."

(Pablo Neruda)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

TEORIA DA POLÍTICA EXTERNA DOS EUA

Leo Huberman e Paul M. Sweezy


A política externa dos Estados Unidos tem gerado derrotas há bem mais de uma década mas nunca a um ritmo tão rápido e furioso como durante os últimos meses [NR: escrito em 1960].

Qual é a reacção da classe dominante americana a este fracasso constante e generalizado da política externa? Poder-se-ia esperar uma acumulação de críticas e um apoio crescente a política ou políticas alternativas. Mas olha-se em vão por qualquer coisa desta espécie nos Estados Unidos de hoje. Estamos em meio a uma campanha eleitoral, a qual dá a todos os líderes políticos de ambos os partidos muitas oportunidades para expor ao público os seus pontos de vista. Tanto quanto sabemos, nenhum deles exprimiu qualquer crítica dos fundamentos da política americana ou propôs que fosse mudada em qualquer aspecto importante.

Como explicar isto? Como explicar o facto de que a resposta virtualmente unânime da classe dominante americana é uma evasão a qualquer análise séria das causas e uma adesão teimosa às mesmas políticas que no passado conduziram constantemente ao fracasso?

Sem dar respostas completas a estas questões, [1] podemos no entanto expor algumas considerações relevantes.

Para começar, é crucialmente importante reconhecer que a política externa é modelada e dominada por interesses de classe internos. Isto é verdade para os Estados Unidos de hoje assim como o foi para o Império Romano ou a França de Luís XIV. Em alguns países, em certos momentos, a estrutura de classe e o padrão de interesses reflectido na política externa apresenta um puzzle mais ou menos complicado. Isto foi verdadeiro, por exemplo, nos Estados Unidos dos meados do século XIX quando o país incluía duas formas contraditórias de sociedade a lutarem pelo controle do governo nacional, cada uma com a sua própria estrutura de classe e suas necessidades particulares na área da política externa. Também foi verdadeiro, para dar outro exemplo, na Alemanha Imperial no meio século que antecedeu a I Guerra Mundial, aquela conjugação única de feudalismo e capitalismo que era levada por uma rigorosa lógica interna a antagonizar tanto a Rússia a Leste como a Inglaterra a Oeste e portanto a garantir a sua própria derrocada final.

O artigo completo encontra-se em http://www.resistir.info/mreview/sweezy_huberman_1960.html

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