"É tão difícil as pessoas razoáveis se tornarem poetas, quanto os poetas se tornarem razoáveis."

(Pablo Neruda)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

CHARGE DO DIA

O polvo nas eleições brasileiras...

TESTE DO DIA

Fala galera! O texto abaixo foi retirado da Revista Carta Capital de 25 de março de 2009 e retrata um dos aspectos principais da nova fase da crise: o avanço do desemprego.


“A grande discussão mundial, até 2008, tinha como foco a deslocalização da produção, gerada por políticas cambiais protecionistas e farta oferta de mão-de-obra barata nos países emergentes. Os bate-bocas na Organização Mundial do Comércio (OMC) centravam-se na exportação de empregos para os países asiáticos, como China, Índia e Vietnã, e para os do Leste Europeu, como Bulgária e Ucrânia. A pauta dos litígios mudou. Os empregos sumiram em todo o mundo.

O terremoto que varre o mercado de trabalho global não poupa o Brasil. Houve uma rápida deterioração da oferta de emprego desde o fim de 2008. Nos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de desemprego subiu de 6,8% em dezembro para 8,2% em janeiro nas seis principais regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre).

A população desocupada cresceu 20,6% e totalizou 1,9 milhão de trabalhadores. O IBGE estima apenas o desemprego aberto, ou seja, o desempregado que procurou trabalho nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa. Quem desistiu é considerado “desalentado”, fora do mercado de trabalho.

Na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e o Estudos Socioeconômicos (Dieese), a taxa de desemprego aumentou de 12,7% para 13,1% no mesmo período em seis regiões metropolitanas. Na categoria de desemprego aberto, a taxa subiu de 8,6% para 9,1%. O desemprego oculto pelo trabalho precário ou pelo desalento foi de 4,1% para 4%.

O contingente dos sem-trabalho somou 2,62 milhões de cidadãos. A indústria foi o setor que mais demitiu, com redução de 79 mil ocupações, ou 2,9% do total. Seguiram-se construção civil (31 mil, ou 3%), serviços (90 mil, 1%) e outros (16 mil, 1,1%).”

(http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=7&i=3643)



Aponte e explique duas causas responsáveis pelo elevado nível de desemprego mundial na atualidade.

OBAMA INTENSIFICA 'GUERRA SECRETA' E 'OPERAÇÕES ESPECIAIS' A NÍVEL MUNDIAL. VENEZUELA E BOLÍVIA NA MIRA


Eva Golinger *

Uma investigação do Washington Post acaba de revelar que o governo de Barack Obama vem expandindo, de maneira significativa, a guerra secreta contra Al-Qaeda e outros grupos “radicais”. Segundo o Post, aumentou-se as operações especiais a nível mundial tanto em orçamento quanto em quantidade. Hoje, as forças especiais norte-americanas estão operando em mais de 75 países, quando, há apenas um ano, estavam em 60 países.

Mais de 13 mil forças especiais – militares e civis, especialistas em operações de inteligência, guerra psicológica, assassinato seletivo, missões de treinamento, ações clandestinas, entre outras tarefas – são realizadas pelo mundo. 9 mil delas estão no Iraque e Afeganistão.

O investigador norte-americano Jeremy Scahill descobriu que a administração de Obama tem enviado equipes de elite das forças especiais, sob a denominação de Comando de Operações Especiais Conjuntas, ao Irã, Geórgia, Ucrânia, Bolívia, Paraguai, Equador, Peru, Iêmen, Paquistão, Filipinas. Desde o ano de 2006, estas equipes clandestinas operam também na Venezuela, Colômbia e México. Existem planos para ataques preventivos ou “antecipados” em “vários lugares no mundo”, segundo periódico norte-americano.

Washington espera para ativar os planos apenas quando uma “ameaça” ou “complô” é identificado. Um alto oficial militar do Pentágono afirmou que Obama está permitindo muitas ações, estratégias e operações que não foram autorizadas durante o governo de George W. Bush. “Temos muito mais acesso” para as operações clandestinas, explicou outro funcionário do Pentágono.

Este incremento nas operações especiais, junto ao aumento de ataques com aviões não tripulados (“drones”), forma parte da nova Doutrina de Segurança Nacional, anunciada pelo Presidente Obama na semana passada. Uma das vantagens de utilizar “forças secretas” para executar missões de alta importância estratégia é, justamente, sua natureza clandestina e o fato de que suas missões e operações não são públicas. Assim, Obama pode evitar as reações e críticas sobre suas políticas bélicas. Enquanto isso, implementa a agenda imperial para satisfazer ao Complexo Militar Industrial.


MAIS DINHEIRO PARA GUERRA

Obama solicitou um aumento de 5.7% para o orçamento das Operações Especiais para 2011, subindo para um total de $ 6.3 milhões de dólares, além dos $ 3.5 mil milhões adicionais para as operações clandestinas de contingência. O total do orçamento de defesa de Washington para 2011 é de $ 872 mil milhões de dólares, com $ 75 mil milhões mais para a comunidade de inteligência.


INTELIGÊNCIA E SUBVERSÃO

Além das ações de guerra que realizam as forças especiais, como assassinatos seletivos, sequestro e tortura, essas equipes também são treinadas para executar missões de inteligência, infiltração, subversão e desestabilização. As forças especiais são treinadas durante anos, aprendendo idiomas, adaptando-se a diferentes culturas, para poder penetrar e infiltrar-se de maneira clandestina.

Em princípios de 2009, foi assinada a Doutrina de Guerra Irregular pelo Presidente Obama, priorizando esta forma de guerra sobre a guerra convencional.

Na guerra irregular, o campo de batalha não tem limites e as táticas e estratégias utilizadas são não-tradicionais. A contra-insurgência e a subversão, além do uso de forças especiais para executar operações clandestinas de guerra, são as principais técnicas empregadas para obter a desestabilização do adversário “por dentro”.

Dentro deste conceito, fachadas e agências, como a USAID, o National Endowment forDemocracy e Freedom House, entre outras, são utilizadas para canalizar fundos aos atores que promovem a agenda de Washington e, também, para penetrar na “sociedade civil” em países estrategicamente importantes para os interesses imperiais. Segundo outro alto oficial das forças especiais norte-americanas, citado por Scahill: “O mundo é o campo de batalha e regressamos a este conceito... Estávamos nos distanciando desta visão, porém a administração de Obama compartilha deste conceito”.

Algumas das operações especiais atuais são conduzidas pela Força de Tarefa 714, que foi comandada pelo General McChrystal, atual comandante da guerra no Afeganistão. Sob o governo de Obama, esta Força de Tarefa vem crescendo e seu orçamento aumentou em 40%. “Agora podemos fazer muito mais”, revelou uma fonte das forças especiais. “Já não temos que trabalhar nas embaixadas, nem temos que coordenar junto ao Departamento de Estado. Podemos operar a partir de onde quisermos”, afirmou.

Este ano, Washington tentou classificar a Venezuela como um “estado terrorista”, junto com Cuba, Irã, Sudão e Síria. Sem dúvida, mantiveram Venezuela numa lista de “países que não cooperam com a luta contra o terrorismo”, para não prejudicar o necessário abastecimento de petróleo venezuelano aos Estados Unidos.

No obstante, o informe anual da Direção Nacional de Inteligência de Washington, publicado em janeiro de 2010, classificou a Venezuela como “a principal ameaça” contra os Estados Unidos neste hemisfério, assinalando o Presidente Hugo Chávez como o “líder anti-norte-americano” na região.

Nos últimos anos, Washington vem intensificado suas agressões e operações de desestabilização contra a Venezuela, buscando promover uma “mudança de regime” no país com as reservas do petróleo no mundo. Não há dúvida de que a “Guerra Secreta” de Obama continuará com este esforços.


(Tradução: Maria Fernanda M. Scelza)

http://www.youtube.com/watch?v=ZA5DTNGD_FU

TEORIA DA POLÍTICA EXTERNA DOS EUA

Leo Huberman e Paul M. Sweezy


A política externa dos Estados Unidos tem gerado derrotas há bem mais de uma década mas nunca a um ritmo tão rápido e furioso como durante os últimos meses [NR: escrito em 1960].

Qual é a reacção da classe dominante americana a este fracasso constante e generalizado da política externa? Poder-se-ia esperar uma acumulação de críticas e um apoio crescente a política ou políticas alternativas. Mas olha-se em vão por qualquer coisa desta espécie nos Estados Unidos de hoje. Estamos em meio a uma campanha eleitoral, a qual dá a todos os líderes políticos de ambos os partidos muitas oportunidades para expor ao público os seus pontos de vista. Tanto quanto sabemos, nenhum deles exprimiu qualquer crítica dos fundamentos da política americana ou propôs que fosse mudada em qualquer aspecto importante.

Como explicar isto? Como explicar o facto de que a resposta virtualmente unânime da classe dominante americana é uma evasão a qualquer análise séria das causas e uma adesão teimosa às mesmas políticas que no passado conduziram constantemente ao fracasso?

Sem dar respostas completas a estas questões, [1] podemos no entanto expor algumas considerações relevantes.

Para começar, é crucialmente importante reconhecer que a política externa é modelada e dominada por interesses de classe internos. Isto é verdade para os Estados Unidos de hoje assim como o foi para o Império Romano ou a França de Luís XIV. Em alguns países, em certos momentos, a estrutura de classe e o padrão de interesses reflectido na política externa apresenta um puzzle mais ou menos complicado. Isto foi verdadeiro, por exemplo, nos Estados Unidos dos meados do século XIX quando o país incluía duas formas contraditórias de sociedade a lutarem pelo controle do governo nacional, cada uma com a sua própria estrutura de classe e suas necessidades particulares na área da política externa. Também foi verdadeiro, para dar outro exemplo, na Alemanha Imperial no meio século que antecedeu a I Guerra Mundial, aquela conjugação única de feudalismo e capitalismo que era levada por uma rigorosa lógica interna a antagonizar tanto a Rússia a Leste como a Inglaterra a Oeste e portanto a garantir a sua própria derrocada final.

O artigo completo encontra-se em http://www.resistir.info/mreview/sweezy_huberman_1960.html

Eleições de 1989

Fala galera! Segue o link de um conteúdo multimídia sobre a primeira eleição direta pós-ditadura militar, uma das eleições mais incríveis da história de nosso país, a de 1989 para presidente.


http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes1989/

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O ANALFABETO POLÍTICO

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.


O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.


Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

(Berthold Brecht)